A Escola Superior de Ética Médica (Esem) do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) realizou nesta sexta-feira (11), o curso de atualização em ética e bioética para preceptores de residência médica, na Associação Médica de Pernambuco (AMPE), Boa Vista.
Para o presidente do Cremepe, Silvio Rodrigues, o encontro foi importante para ampliar o debate sobre ética e bioética entre os médicos residentes. “Precisamos manter esse vínculo de desenvolvimento médico”, afirmou.
“A Esem pode contribuir para com a formação do médico residente frente aos novos desafios da profissão e da política. O médico não pode esquecer a sua consciência social”, afirmou a diretora da Esem, Helena Carneiro Leão. Também participaram do encontro a presidente da Ampe, Sílvia Carvalho Rodrigues, e a presidente da Comissão Estadual de Residência Médica, Valdecira Lilioso de Lucena.
Na primeira etapa do curso, pela manhã, o professor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM/UPE), o cardiologista Wilson de Oliveira, ministrou a palestra “Preceptor: o desafio de transmitir competência técnica e humana na atualidade”. Ele começou abordando o papel dos preceptores de residência. “Devemos resgatar a virtude que já existe nas pessoas, não são virtudes que estão na grade curricular, são virtudes que você aprende no dia a dia, pondo em prática, nós médicos chamamos de currículo oculto, ele pode ler e saber demais, mas na prática não serve para compor a equipe” afirmou.
A principal preocupação do professor é sobre o papel do médico, da importância de poder tratar a doença, entender e ouvir o lado do paciente, envolvendo as competências médica e a humana. A competência técnica é algo que pode ser ensinado por livros e teorias, por isso é mais fácil passar o racional e universal, porem é limitada. Entretanto, a competência humana é muito complexa para ser ensinado apenas com palavras, o médico só irá aprender na prática.
Para o médico Wilson Oliveira, a medicina e a tecnologia não podem ser consideradas uma ciência exata. “O uso da tecnologia é bem vinda, mas não podemos levar apenas os aspectos físicos e biológicos, pois outros aspectos precisam compor a decisão de um diagnóstico, como o estado emocional do paciente e o que ele está sentindo”, afirmou Oliveira.
Ainda de acordo com o professor, o paciente deve ser considerado, único, singular, inigualável e incomparável, pois jamais dois pacientes relatarão um mesmo sintoma, de maneira semelhante, nem experimentação.
No final da apresentação, Wilson Oliveira citou um trecho de Michael Ballint onde explica o médico. “O médico é o melhor remédio, desde que sejam conhecidos em sua posologia, reações colaterais e toxicidade”, citou.
A programação, seguiu, pela manhã, com a exibição do filme “Golpe do Destino.”. A parte da tarde serádestinada a debates.
Da Assessoria de Comunicação do Cremepe
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